SIDERÓPOLIS EM VERSO
Por Janice de Bittencourt Pavan
Siderópolis, terra de gente faceira
Legado de imigrantes italianos
Com vinte e sete famílias há 120 anos
Iniciou-se uma saga altaneira.
Nova Belluno, colônia no início
Nome bonito que rendeu à Comunidade
Homenagem, mérito, auspício
Ao povo, a formação de uma cidade.
Na bagagem esperanças e bugigangas
De Gênova ao Rio, chegaram a SC.
Pela estrada de Ferro D. Teresa Cristina
Depois em carros de boi, até Urussanga.
“Nova Belluno” sugeriu Marta Savaris
Por ter um relevo bem semelhante
Com a cidade da Itália, ela imigrante
Como seu próprio nome assim o diz.
A colônia em glebas de terra trabalhada
Foi aos poucos vendida aos imigrantes
Por seiscentos mil réis significantes
Mais o custo da foice e da enxada.
Mas... Com o tempo o interesse prosperou
Apareceram novas e ricas descobertas
De minérios, grandes reservas de carvão
Provocando uma inevitável exploração
Num período de quarenta anos
A CSN mineradora poderosa
Sustentou esperanças e desenganos
Rendendo polêmica e muita prosa
Na questão da mudança do nome
De Belluno para distrito de Siderópolis
Pois se entendia cidade de siderurgia
Tudo o que havia feito com renome.
Mas... Com o tempo perdeu-se o explorado
Acabara o que as minas exibiam
A agricultura, então, se reanima
Propiciando uma economia variada.
Nos campos crescem o cultivo de bananas
Do café, de hortaliças, do milho, do feijão...
Indústria química, serralherias, metalúrgicas;
De aves e suínos expressiva produção.
Esta terra de gente trabalhadeira
De famílias humildes e religiosas
De mulheres bonitas e faceiras
Com ideais persistentes e estudiosas
Acolheu os imigrantes europeus
Deu chão e trabalho para muita gente
Na agricultura ou na exploração do carvão
Tornou-se cidade finalmente
É uma terra agradável de viver
Tenho testemunho e só me traz saudades
Onde não nasci, mas vivi , fiz amizades
Onde vi onze irmãos e alunos a crescer
No Cine Beluno curtindo matinée
Nas ruas livres de um tempo feliz
No bailes dourados do Recreio e Spolis Clube
Nos domingos de missa na Igreja Matriz...
Com tamanha pureza e tranquilidade
Sem medo de nada, não havia crueldade
Só se assustava com mitos e alma penada
Ou se corria três léguas do “ bicho-papão”
É Siderópolis em versos e a merecida homenagem
Com um pouco de saudosismo, por que não?
Deixo aqui aos conterrâneos, esta singela mensagem
Parabenizando com desejo de muita paz e união.
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