Aldo Baldin, nasceu em 1º de janeiro de 1945, na localidade de Vila Nesi (Treviso), na época era distrito de Siderópolis, que por sua vez pertencia ao município de Urussanga.
É neto de imigrantes italianos provenientes de Castelfranco, Província
de Treviso-Itália. Quando sua família chegou ao Brasil, estabeleceu-se em Rio
Carvão, Urussanga. Depois, seus pais e tios construíram as casas na comunidade de Vila Nesi, em Treviso.
Era de uma humilde família de agricultores, filho de Antônio Baldin e
Serena Dandolini. Quando criança ajudava os pais na lavoura, e há quem diga que
foi o uivo dos ventos misturado ao canto dos pássaros que o fizeram se
interessar pela música.
Graças a seu extraordinário talento musical e sua ousada determinação, Aldo se
tornou um dos grandes nomes do canto lírico brasileiro.
Estudou na Escola São Donato até os 10 anos. Aldo foi jovem para
Tubarão, onde no Seminário dos Irmãos Maristas estudou,
ganhou a batina,
mas não exerceu a vocação. Aproveitou sua estadia e estudou violoncelo e
canto orfeônico e tornou-se amigo do professor Nicolau Philippi que, percebendo seu talento, encaminhou-o para a Escola
Superior de Porto Alegre, depois para o Rio de Janeiro, mas antes lecionou
canto em Blumenau/SC.
Estudou
canto com Heloisa Nemoto Vergara e violoncelo com Jean-Jacques Pagnot na Escola
Superior de Música da UFRGS em Porto Alegre.
Em
1965, com 20 anos, cantou árias de ópera com a OSPA, sob a regência de
Jean-Jacques Pagnot. Seguiu seus estudos na UFRJ do Rio de Janeiro com Roberto
Miranda e Eliane Sampaio.
A paixão pela música só crescia. Aos 25 anos, Baldin ganhou uma bolsa
de estudos na Alemanha, para poder aperfeiçoar ainda mais seu timbre de voz.
Aos poucos, o tenor foi ganhando o mundo, vencendo concursos e recebendo muitos
prêmios. Foi professor em universidades europeias e ministrou palestras nos
Estados Unidos, Japão, Argentina e Brasil.
Desde
1979 foi professor na Escola de Música de Heidelberg, na Alemanha e mais tarde
tornou-se professor na Escola Superior de Música de Karlsruhe, onde foi
catedrático. Foi um grande intérprete de óperas, com fama reconhecida na Europa
e em outros continentes.
Aldo
Baldin atuou como solista das mais importantes orquestras do mundo e também
cantou ao lado de grandes astros do mundo lírico internacional.
Poucos tenores
contaram com um repertório tão abrangente, seja na música
de câmara ou na cena lírica (cerca de 60 papéis em óperas,
contabilizando mais de 500 apresentações e 300 títulos no repertório dos
oratórios), além de impressionante número de gravações realizadas no exterior: 150, das quais mais de 60 foram lançadas
em CDs. São mais de 1000 obras entre gravações para as rádios e para redes de
televisão na Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Itália, Portugal, Espanha,
Venezuela e Brasil.
A sua intensa e incansável busca por uma melhor técnica de canto e sua
sede de transmitir aos jovens
cantores os resultados de suas pesquisas eram insaciáveis e, por consequência, muitos de seus
ex-alunos são hoje renomados cantores, como o tenor Fernando Portari no Brasil
e o alemão Roberto Saccà.
Contratado como tenor lírico
pela Ópera da Renânia Palatina
de Kaiserslautern, pelo
Teatro Nacional de Mannheim e pela Ópera Alemã (Deutsche Oper) de Berlim. Atuou
como convidado especial em várias casas
de ópera na Europa
e na
América do Sul, como Scala de Milão, Teatro Colón de Buenos Aires,
Teatro Municipal do Rio de Janeiro e São Paulo e no Teatro
Liceo de Barcelona. Renomado intérprete também
de Lied e Oratório.
Gravou mais de 100 discos com obras desses dois ramos musicais e também
ópera. Vencedor de vários concursos e de várias condecorações, culminando com o
“Grammy” em 1981.
Casou-se com Irene e com ela teve as filhas Serena e Sofia. A partir
dos anos 80, disparou sólida carreira de solista, gravando mais de mil peças.
Por sua extraordinária versatilidade, interpretava diferentes gêneros.
Aldo
Baldin faleceu em 6 de janeiro de 1994, aos 48 anos, de infarto, em Karlsruhe,
na Alemanha.
- Veja, 12 de janeiro
de 1994 – ANO 27 – Nº 3 – Edição 1323 – Pág: 90)
-
http://www.agendaliricapoa.com.br/mlAldoBaldin
-
ALASI - Coletânea: “15 anos de Arte, Literatura e Cultura” Concursos Literários. Editora Universitas: Siderópolis, 2025
Hino de Siderópolis
(Letra e música de Aldo Baldin)
Proclamemos com muito orgulho,
Esta terra que nos rende a vida,
Honraremos com fé e valor
Siderópolis, terra querida.
Nosso povo tem sempre um desejo
Ter no peito feroz glórias mil
Trabalhar elevando a cidade
Ao progresso de todo o Brasil
Cidadãos Sideropolitanos
Trabalhemos com vivo fervor
Esperando de Deus nosso guia
Recompensa do nosso labor
Bons colonos em terras mui
férteis
Que o senhor nosso deus ofertou
Produzindo o sustento dos outros
Que com eles tem muito valor
Valorosas mineiros ativos
Tiram ouro o puro carvão
"Tendes ad sidera" nos unindo
Ufanamos a nossa nação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário